quarta-feira, 22 de abril de 2015

All in

Cada escolha carrega consigo uma renúncia. Você escolhe dormir cinco minutos a mais e renuncia a possibilidade de chegar cinco minutos mais cedo. Você escolhe a camisa xadrez e renuncia a azul marinho. Você escolhe viajar no feriado e renuncia ao prazer de ir ao aniversario da filha de seu amigo. Tudo muito simples quando o que se renuncia e o que se escolhe são praticamente equivalentes, quando o que está em jogo são médias com a chefia, camisas azuis ou brigadeiros. Em resumo, sua vida não mudaria substancialmente se a coisa renunciada passasse a ser a escolhida.

Agora, nem todas as escolhas são fáceis assim. As escolhas mais difíceis de nossa vida são aquelas em que para se ter algo que consideramos valioso de um lado, perdemos muito de outro lado. São essas as escolhas que geram mudanças substanciais se forem feitas, pro bem ou pro mal. É como num jogo de pôquer. Você pode passar a vida fazendo a aposta mínima com seu adversário, mas não vai sair do lugar se não der um all in de vez em quando. 

Mas não é todo mundo que tem coragem de dar um all in. Arrisco a dizer que boa parte das pessoas passam a vida sem dar um allinzinho sequer. É mais seguro, é verdade. É mais cômodo, concordo. Em alguns casos pode ser o melhor a se fazer, talvez. Só que é um marasmo só. Não há mudança sem escolhas grandiosas, sem escolhas arriscadas. Afinal, o seguro morreu de tédio.

Ok. Não estou sugerindo que se arrisque como se não houvesse amanhã, que devemos arriscar tudo em toda e qualquer situação. Não é isso. Voltando ao pôquer, seria o mesmo que sugerir que alguém desse um all in no primeiro par de 2 (este é o único caso em que "par de 2" não é um pleonasmo, vejam só) que aparecer. O que acontece é que muita gente tem medo de arriscar mesmo com um full house em mãos, mesmo diante da possibilidade um bom caminho pela esquerda, há quem opte pela comodidade do conhecido caminho da direita. E de novo. E de novo. E de novo... o que torna a situação mais irracional do que dar all in em par de 2...

***

Como todos, tenho meus medos, meus apegos, meus comodismos, mas desta vez, ao menos desta vez, opto por arriscar...

- All in!


2 comentários:

  1. Eu jogo pôquer sempre da mesma forma... vou perdendo de pouquinho em pouquinho a cada rodada, até que fico de saco cheio, dou um auín e perco tudo ¬¬
    O mais importante é que o hipotético amigo que viaje e perca o aniversário leve o presente em alguma outra data! Aconselho entre as decisões mais difíceis da vida parar de fazer o aniversário da filha bem no feriadão! :P

    ResponderExcluir
  2. A carapuça do aniversário também me serviu, e concordo com o Alê na escolha de uma data mais oportuna para comemorar os anos da filhota. Mas espero que a festinha tenha sido tão feliz como foi a do ano passado.
    Agora, sobre as grandes decisões, aquelas em que optamos ou não pelo all in, creio que exigem muita coragem e por isso te parabenizo e digo que muitas coisas maravilhosas estão por vir! e aproveito para me gabar um pouco dizendo que fui uma grande incentivadora nessa jogada de sua vida heheeh. Ou seja, se perder tudo, pode dividir a responsabilidade comigo kkkkkk (só digo isso pq sei q esse jogo tá ganho!).
    Beijão!

    ResponderExcluir