segunda-feira, 30 de junho de 2014

Os Melhores Presentes Não Vêm Em Caixas

A ultima tirinha do Calvin and Hobbes foi publicada em 31 de Dezembro de 1995, e após 19 anos Bill Watterson volta a desenhar, ele está contribuindo Stephan Pastis nas tirinhas de “Pearls Before Swine” e só topou para poder usar o dinheiro das publicações para arrecadar fundos para as pesquisas no combate contra o mal de Parkinson, e em memoria a Richard Thompson, um colega veterano que sofre do mal, o qual ele está escrevendo um livro junto com o também cartunista Nick Galifianakis.


Como toda boa criança eu tive o meu contato com os jornais através dos desenhos, de inicio você pega somente para colorir, depois aprende a ler e começa a prestar atenção nas tirinhas, e depois disso vira meio que uma rotina esperar o seu pai chegar com o jornal.

Mas as tirinhas ultrapassarão a infância, até hoje se eu pego um jornal na mão começo por elas, e o Calvin and Hobbes (No Brasil toscamente saia como Calvin and Haroldo) sempre foi a minha preferida, depois de velho você chega a entender certas metáforas, acho que aconteceu o mesmo com todas as pessoas que leram o Pequeno Príncipe para fazer a prova uma prova no ensino fundamental e leu novamente depois de marmanjo, você vê que nem tudo ali, ou quase nada é brincadeira.


Eu vejo até a relação pessoa e facebook parecida com a do Calvin and Hobbes, o Hobbes era uma amigo de “mentira” do Calvin que estava presente em todas as aventuras não possíveis em uma vida real geralmente, e o que tem de gente que usa o facebook para uma vida a qual ele não vive não é uma brincadeira, o facebook é tipo uma Disney virtual rs.

Mas Bill Watterson está de volta e para nos salvar, mesmo que seja por uma tirinha.


Os Melhores Presentes Não Vêm Em Caixas
Bill Watterson


Bjs/ Abs 

Jeff

domingo, 29 de junho de 2014

domingo

tinha que ser nomeado o dia da preguiça, com direito a decreto, número de lei, emenda na constituição. mesmo por que quase tudo que está nela, na prática não é respeitado e já que nenhum filho de deus teve a brilhante ideia sigo em frente na rotina de quase toda vida.

domingo resume-se em pia e tanque


não lembro de outra visão que não esta, começando pela avó, pela mãe e agora pela rapariga aqui.  


bate, bate e bate as roupas na pedra ensaboa com sabão caseiro, lava uma, duas, três vezes e coloca para estender, enquanto ficam por ali ao redor atrapalhando entre o rio e as pedras com os gritos de "sai daí mininu medonho" ou  "carrinha (na verdade ela queria dizer e ainda hoje tenta - Karlinha) não vá não, deixa de ser medonha minha fia"


a menina medonha crescia e a cena continuava, agora nos cortiços onde lavar roupa no tanque significava socializar com a vizinhança. num quintal com três famílias, pensa no tanto de roupa, de tanque e fofoca, era desde a receitas de cozinha, cansaço, coisas do serviço, maridos brochas, sirigaita se engraçando para o esposo até as putarias de sempre. 



sim todas falam, no menor ajuntamento sai de tudo um pouco do mundo, até sobre política, da urgência de tirar a carteira de trabalho por que está na hora precisa trabalhar ou de não esquecer de tirar o título de eleitor mesmo com ainda 13 anos, e foi tanta lembrança que tirei com exatos 16 anos e a primeira vez que ouvi algo da minha mãe sobre política foi: "só não vai votar no lula hein, por que ele é comunista" sem pestanejar, pois na escola ninguém sabia que diacho era isso "mas o que é comunista?"  resposta: "mas oxi, deixa de converseiro, vai procurar o que fazer vá" 



lembro de cada domingo, cada uma no seu tanque de pedra, até ascensão do famoso "tanquinho" coisa moderna na época. ao todo eram três tanques, sendo que duas famílias tinham o tal do tanquinho e apenas uma não e isso não era problema, pois quando se juntavam emprestava o aparelho moderno pra outra.



praticamente todo domingo era assim, raro o que não era. é impressionante como algumas coisas não se perde, principalmente quando a memória é quase fotográfica, daquelas que se guarda os detalhes sabe.



aprendi a lavar roupa assim ouvindo as conversas alheias, bem como apreendi os truques, por exemplo a separar roupas coloridas das brancas e pretas, esfregar certos lugares das roupas, usar certa quantidade de sabão em pó e pedra, separar as delicadas com detalhes e rendas lavando por último sempre dosando o amaciante para que nada se esvaísse.



a máquina de lavar só veio após anos e mesmo assim o ritual continuou  - separando coloridas das brancas e pretas e o blablá - com diferencial digno de sorrisos pela rapidez com que se batia as roupas e as exclamações de: "como pude demorar tanto para ter uma máquina de lavar roupa meu deus, meus domingos quase sempre com a barriga no tanque".



mas nesta época o nome lula já não era associado ao comunismo (para o bem dele) e vez ou outra era citado por minha mãe ao ver o choro na tevê e soltar umas como: "cabra é trabalhador, mereci uma chance" e agora podia votar no trabalhador do abcd e não demorou para comprar  além da máquina de lavar mega potente um tanquinho moderno, mas a rotina continuava, o domingo sendo usado para lavar, fosse nas máquinas ou em tanques de pedra fosse pra ela ou para outras, continuava lavando roupas no domingo, usando o tempo livre para afazeres domésticos...



justamente pela máquina de lavar agora inclusas na classe média da sociedade brasileira. ela lá e eu aqui ainda hoje pagando aluguel, sem acesso a saúde pública de qualidade, pagando horrores em faculdade e segue a imensa lista.


talvez por que acesso ao consumo não signifique necessariamente ascensão de classe ou vai ver que embora trabalhe feito burro de carga e se esforce muito a propriedade não é coisa de deus e por isso mantenha ela livre de todos males né.


mas hoje temos uma mulher no lugar dele, diga-se tanto ele quanto ela conseguiram se eleger graças ao meu voto e de outros milhares e milhões na mesma situação, mas tenho que confessar que devido o conselho da minha mãe pelo menos durante duas eleições seguidas votei noutros então será que é preciso mais uns anos?



ou não, melhor se convencer do óbvio se quando dizem que as manifestações de junho foram pura ingratidão ou diria falta de se ajoelhar e agradece-los pelo acesso a máquina de lavar?



ou devo considerar os dizeres de militantes fieis da internet de que não é possível reparar tantos anos em 24 horas; melhor que até o momento não se comprovou superfaturamento no tcu, agora resta saber se por quais vias, se (i)legais em notas fiscais quando prestado conta sem o devido acompanhamento de licitação?

ou devo crer que isentar a fifa e agregados de impostos contribuiu para maior arrecadação do estado e com isso nos isenta de pagar a conta daqui meses ou anos?



ou devo acreditar em praticamente tudo que está sendo dito a respeito da copa por vocês sobre o quanto são majestosos e magníficos por realizarem o evento, na verdade dois grandes eventos quando ninguém mais queria?


ou devo acreditar que o ódio não pode vencer? 


ou devo acreditar nestes discursos ridículos?

ou devo concordar já descordando do vai tomar no cu?

ou devo acreditar que fizemos a copa das copas?

ou devo acreditar que tá lindo, os gringos são bem recebidos até o momento ninguém morreu,  conseguimos desmascarar a mídia golpista de sempre, provamos que o país mereci destaque, mereci a confiança de terceiros para eliminação do sub para desenvolvido?

ou preciso de uma vez por todas deixar de acreditar no erro?


passou dos anos, meses, horas de assumir equívocos, mais do que nunca é preciso lavar a roupa suja, ir para tanque sabe minha senhora? 



enquanto isso, vamos fingir que nada está acontecendo, que tudo está mil maravilhas, que existe mesmo este país constantemente divulgado na câmera com restrito foco na paisagem, fechando a imagem no que interessa, no que é importante divulgar em tempos de jogos para transmissão nacional, principalmente pela emissora oficial devido audiência e arrecadação astronômica.



então continuemos no fingimento, até as próximas semanas, acreditando inclusive que até os norte-americanos ressuscitaram o amor pelo futebol. 



neste mundo de mentira, posso seguramente dizer que ao resistir nos posicionamentos e minimamente no boicote ainda que seja no assistir vez ou outra quando tenho vontade algum jogo na emissora não oficial, não estou sozinha.



se não conseguimos arranhar as famílias mais antigas, uma parte da oligarquia, não tenho ilusão que vamos conseguir construir algo, principalmente ao ponto de enfrentar construtoras e grupos que recebem terrenos e partes da cidades como doação do estado. 


enquanto isso, que se acumule a roupa suja até o momento exato de ir para o tanque. 



quinta-feira, 26 de junho de 2014

viver



 
encontrei nos papéis antigos, intitulado "memorial". fiz força pra lembrar do que se tratava::: não sei se consegui. mas me comoveu. como se não fosse eu. mas era:::
.
.
"Tem nada não. Nonada, como diz Riobaldo. É um sopro: o balanço da rede, o arrastar do rio, poema lido: imagens tão intensamente vividas que cheiram à invenção. Todo mundo tem medo disto: do que põe em órbita; o que já foi, e o que retorna. A vida por vezes parece medo do acontecido, sem lugar para a chaga: a chaga só se diz no que nunca poderá, nunca deverá ser lido: memorial = a presença da ausência do que fomos e do que estamos sendo; já tentei uma e outra vez: mas a menina de lá - do papel - era demasiado desconhecida, a mim, e aos outros = me levou um e outro amor, e ficou esta - pública: fantasmas às escondidas; declarações cifradas: pose.

Há os limites impostos: não sei por que resisto: porque não tenho nenhum vício: queria ter. O da coca-cola é muito pouco: queria a loucura do viciado; a do alcoólatra; chafurdar na lama até ser um verme, até ser desacreditada de tudo; e ainda assim me sobrar a doçura; amar a vida inteira as mesmas pessoas, e amar com intensidade tal: aquela. Por que não experimentar o verme? Porque não suportaria".  (escrito em outubro de 2006).



segunda-feira, 23 de junho de 2014

#NAOVAITERREPOLHO

O artista chinês Han Bing resolveu passear com um repolho pelo centro de grandes cidades.

Se todo maluco resolver chamar um repolho de ~SEU~ vai faltar repolho nesse mundo.


domingo, 22 de junho de 2014

A Copa de 94 e Eu...


Aos 8 anos eu não entendia nada de futebol. Minha mãe, muito preocupada com aquele meu defeito, espalhava bolas pela casa toda na esperança de que eu esbarrasse em alguma e - tomara Deus - tomasse gosto pela coisa. Não adiantava. Na escola eu declarava a todos que não tinha time e logo mudava de assunto quando alguém começava com aquele assunto que eu não dominava.

O tempo foi passando e minha mãe foi perdendo as esperanças. Ela passou a se conformar com o fato de que o filho dela não tinha os mesmos interesses de todos os meninos daquela idade e deixou de tentar remediar o irremediável. Deus haveria de cuidar de mim e me dar amigos, ainda que eu fosse daquele jeito. 

***

Aos que não gostam de futebol, devo dizer que esta história não acaba bem. Eu não passaria ileso aquele ano de 94. 

***

O ano ia se aproximando da metade e meu irmão mais velho estava de namoradinha nova. Eu, que não sabia nada de futebol, entendia menos ainda de namoros, de modo que alugava a pobre moça para brincar comigo, sem me importar com o infortúnio que aquilo representava a ele que, afinal, não tinham lá muito tempo para ficar junto dela. 

O fato é que até mesmo ela parecia se interessar bastante por aquele esporte. Aliás, naquele mês de junho todos ao meu redor só falavam disso. Era a Copa do Mundo, ela me explicava, um campeonato que acontece a cada 4 anos e que o Brasil não ganhava há mais de 20! Opa, aquilo começava a ganhar ares desafiadores e, consequentemente, a me interessar. Essa coisa de competição era algo que me atraia bastante naquela época.

Os dias foram passando e eu fui me interessando por aquelas conversas. O Brasil, diziam, tinha um time apenas regular e dificilmente iria muito longe naquela Copa, o que só aumentava minha recém adquirida ansiedade futebolística. Por fim, o primeiro jogo. Me lembro da família reunida na sala e do gol do Raí, de pênalti, contra a Rússia. Nesse jogo, eu aprendi o que era um pênalti. Com a minha futura cunhada, como a essa altura já se supõe.

No jogo seguinte eu aprendi o que era uma goleada e também aprendi que havia um país chamado Camarões. Contra a Suécia eu aprendi que aquele tal de Romário era bom mesmo e que se podia contar com ele em jogos difíceis como aquele. O Brasil havia se classificado para as oitavas de final, minha didática e tão solicita cunhada me explicava, e agora não poderia mais perder se quisesse ser campeão. Foi nesse dia que aprendi o que era uma prorrogação e disputa por pênaltis. Aquilo estava ficando cada vez mais interessante! 

Os donos da casa estavam em nosso caminho. Os Estados Unidos eram os anfitriões e disputavam aquela partida justamente no dia em que comemoravam o aniversário da independência do país, mas naqueles tempos eu pouco entendia da importância daquilo tudo e só queria saber qual era a dificuldade de se enfiar uma bola minúscula num gol daquele tamanho. Naquele dia, pela primeira vez uma partida de futebol me deixou nervoso. Avançamos com Bebeto e enfrentaríamos a Holanda!

Ah, a Holanda! Eles conseguiram empatar um jogo que parecia ganho e fizeram do gol do Branco, no fim do jogo, um acontecimento épico em minha memória futebolística. Foi nesse dia que Bebeto inventou a icônica comemoração do bebê sendo embalado e que seria muito imitada por mim em meus gols infantis, eu que ainda nem tinha filhos. O Brasil estava na semifinal e jogaria novamente contra a Suécia.

Contra os suecos eu aprendi que meu nervosismo poderia atingir níveis estratosféricos e que um baixinho de 1,68 poderia fazer um gol de cabeça e levar o Brasil à final. 

Àquela altura eu já estava mergulhado naquele mundo e já não dependia tanto dos ensinamentos de minha cunhada, já podíamos torcer de igual pra igual naquele jogo contra a Itália. E foi o que fizemos. Por 3 angustiantes horas...

***

Já se vão 20 anos daquela final, mas ainda me lembro de minha avó, com um terço na mão, rezando por cada jogador durante o hino nacional, da angústia da prorrogação e das cobranças de pênaltis, da alegria que atingiu a todos em minha casa naquela noite e dos pulos que iam mais altos que a bola de Roberto Baggio! 

Aos 8 anos eu não entendia nada de futebol. Não sabia que os jogadores eram milionários e que trocavam de time conforme a conveniência financeira. Não sabia que muita gente se digladiava por causa do futebol e que, naquela mesma Copa, um jogador colombiano fora assassinado em seu país por ter tido a infelicidade de ter feito um gol contra. Não entendia nada de xenofobia, racismo e machismo e muito menos a relação disso tudo com o futebol. Não sabia que o futebol era um negócio e que ele poderia movimentar tanto dinheiro. Não sabia o que era máfia e nem corrupção. Pensava que o futebol era apenas um esporte.

Em 94 eu gostava bem mais de futebol do que eu gosto hoje. Não porque em 94 o futebol fosse mais inocente. Mas porque eu era...













sábado, 21 de junho de 2014

Sobre ver o lado positivo (e nem tanto o negativo) da vida!

Li uma vez, em algum lugar, que devemos procurar ser felizes primeiramente com a gente mesmo.
Agindo assim, a felicidade com o próximo será consequência, não dependendo assim a sua felicidade de terceiros.

E não sei por quê, mas estava lembrando disso hoje.

O quê é preciso para ser feliz?

Depende de cada um!

O quê é importante para mim, pode não ser importante para você e vice-versa!
Vira e mexe lemos textos nas redes sociais e na internet em geral que tendem a nos ensinar os caminhos de uma vida sussa, tranks!

Eu sei de mim.
Precisava aprender a me preocupar menos com tanta coisa, com tanta gente...
E tenho aprendido!

Não é indiferença ao mundo exterior não! Muito pelo contrário!
Mas as coisas e pessoas, em nossa vida, tem sobre nós o poder que damos às mesmas!

Que tal então tentarmos aprender com o Timão sobre aquela filosofia Hakuna Matata?

"Ah, Márcio... Mas o quê as pessoas irão dizer?!"

Nããão, filho! Já tá começando errado!
Pra quê se preocupar com o que os outros pensarão sobre a SUA VIDA

Entendeu o ponto?

Às vezes deixamos de viver porque não sei quem pode não gostar, porque o outro, ou a outra reprova isso e aquilo... 

Mas... Peraê: É realmente necessário?

Lógico que pessoas tem uma grande importância no nosso dia-a-dia, em nossa vida, e tudo o mais!
Somos indivíduos, mas vivemos em sociedade, amigos, família.

Não significa, porém, que não precisemos estar com nossos filtros sempre em alerta.

Já parou pra pensar em quem são as pessoas com quem você pode realmente contar no aperto?
Quando o chão sumir debaixo de seus pés?
Porque na hora da felicidade, da brisa, da conta gorda no banco, a coisa mais fácil é ter amigos.

Mas quando você tá no vermelho, quando te falta aquele amigo/ente querido, quando você reprova em algo, aí, meu querido, é que você testa realmente quem são os seus.

De conveniência, o mundo tá cheio.
A vida ensina, e sinceramente, uma hora a gente cansa.

Mas esse cansaço é um cansaço bom!
Quando você manda tudo às favas, você começa o processo de ser você mesmo!
Dane-se o que pensam de você.
Autenticidade.

Já escrevi aqui (ou foi num outro blog, não lembro) que muitas vezes as pessoas nos cobram a autenticidade, de sermos nós mesmos, com nossas atitudes e opiniões, mas quando tomamos isso como verdade, pronto! Nos criticam. Não aceitam nossas verdades e vontades.

Uma frase que adoro: "As pessoas não estão preparadas para as nossas verdades."

Porque nos idealizam.

Certa vez, pensei em postar assim: Tenho uma receita maravilhosa para quem vier a me conhecer, não se decepcionar comigo: Não me idealize!

Mas não adiantaria. Creio que isso faça parte do ser humano. "Ser" humano.

"Nunca pensei que você faria isso comigo" foi uma frase que aboli de minha vida.
Gente... Todos temos nossas fraquezas e, uma vez que tenhamos errado com alguém, por mais que queiramos e tentemos não errar mais... É difícil... 
Pura e simplesmente porque somos humanos, e errar faz parte, quer gostemos ou não.

Claro: isso não é desculpa para sairmos ferrando todo mundo com a desculpa da humanidade.
Mas acho que você entende o quê estou querendo dizer.

Problemas, todos temos.
Saúde, relacionamentos, família, din din e afins.

Mas se olharmos a vida somente para o prisma dos problemas...

Sempre digo à mim mesmo (estou tentando evitar dizer coisas à pessoas nos últimos tempos) que tudo na vida tem dois lados. O positivo e o negativo.
É aquela história clichê (mas real) sobe o copo meio cheio e o meio vazio.

Não é fácil ser otimista nos dias atuais.
Mas a gente vai tentando! 
Exercício diário. E pra quem trabalha com gente, o desafio é dobrado.
Mas e aí... Hein? Hein?

Bora tentar?

Os problemas, as irritações continuarão te rodeando. 
E como eu e você não somos robôs, sentiremos na pele essa emoção!
Mas não podemos deixar que essas coisas, esses sentimentos nos dominem!

Pra mim, confesso que já foi bem mais fácil.
Maaaas, com a idade, a paciência vai acabando!
E pra não me tornar um velho chato, se eu não treinar positivismo hoje, não sei o quê será de mim amanhã!

Bem, acho que já escrevi bastante. Mês que vem eu volto!
Uma dica final: OUÇA MUITA MÚSICA!

Não importa qual ritmo, qual tipo!
Esse é um vício bom que tenho!
Sempre ouvi muita música, desde criança!
Tanto que hoje trabalho em rádio!

E já notou que todos os meus posts terminam com um clipe?
Amo música!

Hoje deixo você com essa banda que JAMAIS deveria ter terminado: The Corrs!
É o tipo de música que eu colocava logo ao acordar, quando tinha só um emprego a noite!

E não esqueça de tentar ver o copo sempre meio cheio!
#TamoJunto na tentativa! ;) 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Diga-me com quem protestas e eu te direi quem és.

Habemus Copa. Querendo ou não, este é um evento que mexe com o mundo. Até os states, que sempre preferiram jogar futebol com as mãos, se renderam e mandaram o maior número de estrangeiros para cá. Somos a pátria de chuteiras e se por um lado isso não é muito legal, por outro está longe de ser nosso pior estereótipo. Com toda essa repercussão, a Copa deve ser acompanhada de perto, por quem gosta e por quem não gosta de futebol, afinal já faz tempo que ela deixou de ser um evento apenas esportivo.

Com o peso político, manifestações são inevitáveis – ao menos onde se tem a pretensão de um estado democrático. Assim, antes do jogo, paulistas tentaram organizar uma manifestação nas ruas. Doce ilusão. Um governador tão democrático que dois dias antes recusou a proposta de catraca livre no metrô, jogando a população contra os grevistas para que apoiasse a demissão dos mesmos, agiu conforme o esperado.

Usando a velha desculpa de conter excessos, a PM atirou duas balas de borracha contra o peito de um jovem que estava parado, desarmado, no meio da rua. Para conter ainda mais o excesso de parar no meio da rua, os policiais (vários) imobilizaram o jovem e, em seguida, jogaram spray de pimenta em seus olhos. 

Em casa, um cidadão classe média vibrava com a ação da polícia. Depois de ser fisgado pelo engodo de que no ano passado as manifestações eram legítimas, mas agora virou bagunça, voltara a entoar o coro de "vagabundo tem mais é que apanhar" – o mesmo que entoava antes das manifestações de julho de 2013.

De repente o nobre cidadão reconhece seu bebê de dezesseis anos, reivindicando direitos em meio à multidão, e não tem dúvidas. Vai às ruas resgatar seu rebento, para delírio dos jornalistas, que ganharam um exemplo prático de como uma família de comercial de margarina deve ser mantida na prática.

Argumentos do filho: "eu quero protestar por uma educação de qualidade". Argumentos do pai: "eu pago sua educação; não é para isso que você foi criado". Em outras palavras poderia ter dito algo como eu pago sua educação para você ser doutrinado a baixar a cabeça diante de injustiças das quais sua situação econômica te livra. Resigne-se."

Resolvido o conflito familiar, foram para casa assistir à abertura. Com os olhos brilhando o pai junta-se ao coro das arquibancadas, gritando como uma forma de apoio psicológico "hey, Dilma, vai tomar no cu!", dando ênfase na última sílaba, pois sabia que precisava mostrar ao filho como é que se faz um protesto com educação. Com a educação de sua escola particular, já que a pública não ensina. Estava protestando em casa, em ordem, entre os seus, não entre a gentinha, os bagunceiros.

Dentro do estádio a torcida festejava. Depois de insultar a presidenta e vaiar a seleção da Croácia (onde já se viu tolerar a existência de adversários), torcia animada até o gol contra de Marcelo. Rapidamente começou a surgir a famosa e vergonhosa “tinha que ser preto”, partindo de brancos tão educados que expressam sem o menor pudor o racismo asqueroso para logo em seguida se indignar ao ser taxada de elite branca.

Para o filósofo Olavo de Carvalho “Quem lança a culpa do xingamento anti-Dilma na "elite branca" deve ser imediatamente processado por incitação ao ódio racial.” Ótimo. Prefiro enfrentar qualquer processo a me juntar ao opressor. Como disse o cartunista Adão Iturrusgarai, os que insultaram Dilma cuspiram no gramado que comeram.

Em ano de Copa e eleição, nunca é demais lembrar que futebol é paixão, irracional e incoerente. Quem ama um time não passa a torcer pelo adversário no meio de uma partida. A ideia televisiva de que ‘determinado time é Brasil na Libertadores’ convence pouco, já que um torcedor que mesmo sem saber porquê detesta a Argentina, prefere ver um time argentino campeão do que torcer pelo time arqui-rival.

O problema é estender essa atitude passional e irracional para a política. Um exemplo prático vem, mais uma vez, da elite branca da abertura da Copa. A sempre retrógrada elite paulista acompanha o estado governado há mais de vinte anos pelo mesmo partido, com problemas de abastecimento de água, problemas de segurança, educação falida, roubos milionários – talvez bilionário – em um transporte público péssimo, mas tende a reeleger o governador. Não querem torcer para o arqui-rival.


domingo, 15 de junho de 2014

Incondicional

Se após um deslize, pequeno ou grande, um dos envolvidos decidiu se colocar em situação de superioridade e concluiu que o outro nem era tão importante assim e que é melhor acabar, não era amizade.

Se terminou porque alguém esqueceu da data de aniversário do outro, não era amizade.

Se durou décadas, mas acabou por que um respeitava, mas não corroborava com ideias e ideais, decidindo tomar outro caminho e despertando a ira e o tripudio do outro, não era amizade.

Se, sentindo-se magoado, alguém decide se afastar, sem ao menos conversar e questionar os motivos que levaram o outro ao erro, não era amizade.

Se um cargo profissional ou político era mais importante, não era amizade.

Se extinguiu-se, juntamente com o dinheiro ou status, não era amizade.

Se alguém vive cometendo os mesmos erros, sempre acreditando que será perdoado, não é amizade.

Se enfraqueceu-se com a distância ou com a mudança de cenário, também não era.

Amigo não é aquele que aguarda o momento em que o outro irá falhar para que ele possa se sentir superior. Não é aquele que depende exclusivamente da presença física ou consentimento do outro. Amigo de verdade não espera e nem exige perfeição.

Minha mãe sempre disse que, se no final de minha vida eu tivesse um amigo de verdade, eu poderia me considerar uma pessoa sortuda. Eu achava exagero, mas agora entendo bem o que ela quis dizer. Amizade não se abala com desculpas, ela procura soluções. E quase ninguém está disposto a se dar o trabalho.

Então, se acabou, era qualquer outra coisa, menos amizade.

sábado, 14 de junho de 2014

Poesia antes de dormir

Onde a poesia se esconde?

A resposta aparece rápida:
- Debaixo da ponte.

Aponte! Grite! Conte!

Anda. De pés descalços. Para onde?

Para onde vai a poesia que se perde em um pensamento?

A poesia está no cinza. Nas cinzas. No asfalto quente da cidade.

A poesia arde como o vermelho.

A poesia escorre no suor do trabalho, nos bueiros e nas bocas de lobos.

A poesia invade!
Mexe e morde. Coça, enrosca.
A poesia na calada da noite (silenciosa como uma cobra).

Que cresça, brote, floresça, brilhe e aqueça!

Que não se esqueça: cometa!
Invente.
Tente.
Não se arrependa.

FAÇA   POESIA!
Falada, escrita, cantada, recitada, piada, imaginada, desenhada, prostrada, amada, rebelde, ignorada, tímida,assanhada.Não importa. FAÇA!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Gauche

Quando era criança, seis ou sete anos, todos os fins de tarde, insistia para a moça que trabalhava em casa me levar até onde ela morava, em um bairro do outro lado da cidade.
Mesma moça essa que, no começo das tardes, fazia eu e minha irmã brincar de "dormir". Quando não era nas cadeiras embaixo da mesa, era numa rede. 
Sem conseguir cair no sono, ficava virado para baixo com os olhos entre as frestas do tramado da rede e a mente longe, muito distante. Quando o corpo era brecado pela inércia, a cabeça disparava mundo afora
Na frente da casa dela, havia obras de casas populares da prefeitura, em um grande terreno no qual brincávamos até cansar.
 Lembro-me do cenário que parecia um imenso campo com centenas de alicerces, que mais tarde viriam ser moradias. Pareciam casinhas do banco imobiliário cortadas ao meio, dispostas regularmente.
Lembro-me também, da sensação de grandeza que aquilo me causava, um campo enorme, sem árvores onde o céu e o horizonte tomavam conta. 
Dizia aos que brincavam comigo:
- Tenho medo do céu. E todos riam.
Medo daquela imensidão. Medo de todos, de repente, nos despregarmos do chão e sair por aí, flutuando no infinito sem mais volta.
Hoje, anos depois, vejo que mais vasto e imenso que o céu, podem ser o nosso coração e nossa mente. Para o bem ou para o mal. Para correr ou para se esconder. Para fugir ou para se enfrentar. Para se enganar ou se chocar.
Mesmo as batalhas mais épicas não são travadas no vasto azul do mar ou no azul cerúleo do firmamento; mas sim dentro de nós.
Caminhar onde os olhos podem ver é sempre mais fácil do que percorrer o terreno fluido e incerto dos horizontes onde apenas o coração pode sentir. A visão, na maioria das vezes, é supérflua e enganadora.
Escolher esse caminho é sempre ser gauche na vida.



"Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração."       
Drumonnd

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Hoje não estou

Conheci uma diretora de teatro muito estranha. Levei anos para entender algumas frases que ela dizia.
Uma vez chegou ao ensaio, deu umas ordens e ficou sentada no fundo do teatro. Duas vezes me dirigi a ela que respondeu que ''não estava ali''.
Pensei que era dessas babaquices de gente metida a diva-divina, figura popular do meio teatral, gente cheia de frescuras e chiliques.
Dias depois conversando com ela perguntei porque tinha dito aquilo, que ''não estava ali'' e me respondeu:
-Tenho muitos direitos na vida e esse é um deles, de ''não estar''. Você pode me ver na tua frente, mas se eu não quero, não estou.

Hoje véspera do jogo de abertura da Copa do Mundo, Brasil e Croácia me lembrei dela. Não sei se é culpa dos planetas ou sou assim mesmo, mas  para a Copa ''não estou''. Me dou o direito de ''não estar'' e talvez se o mundo tentasse fazer o mesmo funcionaria melhor, porque passamos por muitas situações que a melhor coisa é ''não estar''. Hoje não estou.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pequenos Frascos, Melhores Perfumes

Nunca tivera recurso financeiro pra ter o que queria. Tinha o essencial e só. Ia para a escola a pé, todos os dias, exceto quando chovia. Mãe nenhuma gosta de ver seu filho doente, ainda mais quando o dinheiro não banca sua hospedagem em casa pra ficar cuidando da febre alheia. Já mocinha, não reparava mais como a escola era longe, o costume e a rotina fizeram-na criar um hábito saudável de caminhar.

Ah, já ia esquecendo. A menina era assim, desajeitada, bagunçada do equilíbrio. Em todos estes anos, nunca a vi completar uma rota para escola sem derrubar uma caneta, um lápis ou por muitas vezes, o kit-escola todo.

Um dia, sem esperar, ganhou da mãe sua primeira mochila. Não era seu décimo oitavo aniversário ainda e o décimo quinto já havia passado havia dois anos, mas naquele dia, comemorou quieta com um sorriso e um brilho de quem realmente estava contente com o presente.

E presente, não estava o pai, era passado há anos. E passado anos, não sentia mais falta. Mas naquele dia da mochila, ela lembrou dele. Não importa, já era tarde e o melhor foi ir dormir.

No outro dia de manhã, acordou cedo como de costume, arrumou-se para a escola, colocou orgulhosa sua mochila na costas, reparou-se bem no espelho como há muito não o fazia, acertou a altura das alças, pegou seu material e saiu. 

Estava tão contente com aquela mochila que no seu habitual caminho para a escola, saltitando de uma felicidade que não lhe cabia dentro do corpo, deixou para trás, apenas as pegadas que sumiam gradualmente conforme se distanciava.

Por fim, houveram três fins. Não pretendo contar nenhum, fechem seu olhos e façam o fim que lhes convierem.

domingo, 8 de junho de 2014

É Difícil!

Difícil não descer do salto, enquanto tem gente metendo o pé na lama.

sábado, 7 de junho de 2014

Lyrica 150mg



A posologia aconselhada para quem sofre de TAG*:  De 350mg a 600mg diários.
Não aconselham para os intolerantes... à galactose – nome completo da lactose?

Declarei-me um ...intolerante ao psiquiatra que adotei, faz anos. E agora? Deixe-me ver...- consultou um aplicativo especial, para médicos, no IPhone 4S, então, seu mais novo computador, pois não entrava mais tecnologia alguma em seu consultório. O restante do espaço era para a pequena livros (lidos, consultados frequentemente?) , ou para uma luminária esguia e sem sentido, um tapete bege e felpudo (coisa de psicólogos!). Na parede,  reproduções de Joan Miró, que o doutor parecia admirar.
Não demorou quase nada. O aparelho, ou foi o aplicativo, não sei, respondeu à minha questão.
Intolerante.  Eu seria vítima daquela famosa enzima faltante em meu corpo? Lactase. Ou também poderia ser chamada de galactase?...Mas eu tinha um metabolismo de viciado. Todo benzodiazepínico que tomava, logo estaria notoriamente tolerado e, ou em palavreado de uso comum: eu era facilmente viciável.
Já passamos por quase toda a classe de tricíclicos, mas você não tolerou os efeitos colaterais. Tive ímpetos de bradar qualquer coisa contra o fato de essa classe ser ultrapassada demais, mas me lembrei de tudo que já passara pelo esôfago. Contive um gesto negativo. E, quando introduzimos os ISRS , surgiram efeitos que não te fizeram bem. Tentei iluminar a memória de meu psiquiatra com fármacos que eu pesquisara, mas ele continuou e enfatizou. O senhor é um caso difícil. Difícil??? O ID tentou aliviar o clima, mas não freou minhas poucas palavras. Difícil são essas porras de drogas!! Exaltado? Isso é porque não são as indústrias farmacêuticas que passam o dia na cama, porque a porra do remédio deixa um monte de lixo na mente, no fígado, no sangue. O doutor já tomou quantos tipos de ISRS, na vida??? E sem contar os inibidores seletivos de dupla receptação. Esses são pra mandar o cara direto para o inferno, sem julgamento. O senhor está se excedendo. Calma. Tome... Tome 30 gotas de Clonazepam, engula 2 cápsulas de Pregabalina que o passarinho verde virá pousar a janela desta porra de consultório, é isso?? O senhor está intolerante, senhor... Tolero gente correta, doutor. E você faz parte da máfia. Essa Indústria é bélica, não química...doutor!!  Saia da minha sala!!! Saio, claro, porque o remédio causou mesmo uma reação adversa. Médico intolerante! Saia, vá embora, porra!!! Vi uma chuva de cápsulas de 150mg de Lyrica passarem perto da minha cabeça e se espatifarem numa das reproduções baratas de Miró.

TAG: Transtorno de ansiedade generalizada.

quinta-feira, 5 de junho de 2014


- Deixa eu te fotografar por dentro?
- Você vai querer revelar-me?
- Deixa?
- Cê que sabe.
- Não, você que sabe.
- Eu?
- É.
- Então vai. Fico assim sem mexer?
- Pode dançar, eu te paraliso com um clique.
- Já?
- Já estou revelando.
(Cleyton Cabral)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Como um espelho d'água.


Não acredito nisso agora. Embora saiba que é verdade.
Desacreditamos quando a coisa é com a gente, reforçamos o aprendizado quando é com os outros.
Ainda assim, é preciso, e é assim.

Que seja então. Dói, arde, mas cicatriza logo. E sem marcas, por favor.

Como um espelho d'água, sei que minha imagem vai clarear quando as águas serenarem.

domingo, 1 de junho de 2014

em tempos de facebook, quem dá o cartão?

em tempos de facebook, quem dá o cartão? digo, quem, num primeiro contato, entrega o old-fashioned cartão de visitas em uma ocasião não comercial ou que não tenha interesses profissionais? recentemente participei de um evento empresarial e, quando eu entrava em algum stand, vinha um recepcionista com uma maquininha de leitura de código de barras e jogava aquele laser na minha credencial. minutos depois chegava uma mensagem no meu email agradecendo minha visita e solicitando permissão para trocar contatos. quer dizer, nem mesmo nos eventos de negócios, você precisa ter um cartão.

para além das questões profissionais, havia também - talvez até uma geração anterior à minha -, as mensagens nos guardanapos (pelo menos é o que vejo em filmes). após o flerte, a pessoa escrevia qualquer coisa no papel de limpar a boca, como o telefone, e pedia ao garçon para entregar à outra pessoa. 

esta abordagem é uma das mais fofas de que tenho conhecimento e aconteceu comigo dia desses, para minha total surpresa. não era um guardanapo, mas um cartão - lindo, por sinal - entregue pelo garçon. "com licença, senhor, um senhor pediu para eu entregar isso." como já havia rolado pelo menos dois mini-flertes em tal ocasião, fiquei na dúvida de quem poderia ser, mas quando questionei o garçon, ele me disse que "ah, o senhor que entregou já foi embora". 

na época eu namorava, mas na primeira oportunidade fiz o que todo mundo faz quando quer saber mais sobre alguém: google. minha curiosidade apenas aumentou, uma vez que - inocente que às vezes sou, não entendi o motivo da entrega do cartão. seria algo profissional? comentei com meu parceiro da época, que demonstrou surpresa, pois conhecia a pessoa do cartão. depois de uma ofensa puramente ciumenta disfarçada de conselho, ele perguntou o que eu ia fazer e eu disse que ia escrever ou ligar para a pessoa do cartão. não o fiz no mesmo dia, mas no dia seguinte escrevi. não tive nenhuma resposta nos seis meses seguintes.

o mundo é cíclico, as pessoas que precisam ou querem se encontrar acabam se encontrando e foi o que aconteceu depois de todo este tempo. nos encontramos por acaso, não conversamos por um motivo muito besta, mas voltei a escrever porque desta vez era questão de honra. recebo um cartão, escrevo e não tenho resposta? como assim? e em seguida, minutos depois recebi a resposta. 

o que se passou/se passa depois dessa história é muito peculiar e particular. o que me deixa realmente muito feliz é saber que o tempo se encarrega de muita coisa e aquela história boba de que tudo acontece no seu tempo, parece ser verdade. por isso acho que ainda vale a pena fazer o que dá vontade, seguir o desejo e seguir em frente, sempre, mesmo que o que dá vontade seja algo que pareça, à primeira vista, ridículo, como entregar um cartão por meio do garçon...