sábado, 2 de fevereiro de 2013

Os ex-amigos

Mês passado eu tentei rever duas amigas que não via há muito tempo. Nenhuma das duas foram namoradas. Eram apenas amigas. A primeira delas, conhecida como Fulana 1, disse que ficou muito feliz com a minha mensagem pelo Facebook e chegou a combinar dia e local para um almoço, mas faltando apenas uma hora para o encontro, desmarcou. Não mandou mais nenhuma mensagem tentando remarcar o encontro e muito provavelmente nunca mais irá falar comigo na vida. Fulana 2 também se empolgou com o meu contato. Trocamos algumas mensagens e foi ela quem sugeriu um encontro. Disse que era melhor conversar ao vivo do que ficar conversando pela internet. Disse a ela quais dias eram melhores pra mim, leu a mensagem e ficou por isso mesmo. Outro dia um amigo do colégio me adicionou no Facebook. Jogávamos futebol juntos. Mandei uma mensagem no facebook logo em seguida: “e aí cara, quanto tempo!! O que anda fazendo da vida?”. Leu e não respondeu.

Por mais que seja um processo natural da vida as pessoas se afastarem, pra mim é muito estranho os afastantes não poderem conversar esporadicamente. E quando o fazem, normalmente é de uma frieza glacial. Vejam que não estou nem falando de marcar um encontro. Estou falando apenas de uma curta conversa - porém sincera e verdadeira - entre duas pessoas que já foram muito próximas na vida, seja por whatsapp ou chat do Facebook. Amigos, namorados, não importa. Aliás, muito me incomoda esse rótulo "ex-namorado". A sociedade decretou que ex-namorado é algo muito ruim e ponto final. Não estou aqui dizendo que ex-namorados tenham que ser amigos do peito e participar do dia-a-dia um do outro. Muito pelo contrário. Tirando raríssimas exceções, isso não é nada saudável.
É importante ficar claro que o ponto central desse texto não é exatamente o fim de um namoro e suas consequências (apesar de que eu também acho muito estranho ver duas pessoas que se amaram loucamente mal conseguirem se cumprimentar anos depois do término e a conversa ser a mais fria possível). Eu me questiono mais com relação à dificuldade que é para muitas pessoas reverem alguém importante do passado, seja namorado, amigo, parente ou até mesmo um bicho de estimação. Fico bastante impressionado quando encontro na rua com alguém que não vejo há séculos e a pessoa responde secamente como se eu fosse um estuprador de parque de diversões. Ou então, dá um sorriso, diz "oi, tudo bem?" e vai embora. Não existe diálogo.

Confesso que eu já me importei mais com isso. Hoje em dia eu diria que estou tentando não ligar muito. Sei que é muito auto-ajuda dizer isso que vou dizer agora, mas é a mais pura verdade: nós só podemos controlar as nossas atitudes, não podemos controlar as atitudes do outro. Continuarei tratando as pessoas que foram importantes na minha vida da melhor forma possível sem esperar nada em troca. Se a pessoa quiser almoçar comigo, conversar por 10 ou 15 minutos, está ótimo. Mas se não quiser, está tudo bem também. É o famoso “jogar conforme a música”.

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre esse assunto. Vocês gostam de reencontrar pessoas importantes do passado? Fazem questão de falar de vez em quando com essas pessoas ou é indiferente?

9 comentários:

  1. Acho isso bem controverso, sabe Paulo. Às vezes a gente tem boas lembranças do outro, mas o outro não compartilha desse sentimento. A gente não sabe nem se o outro lembra da gente!
    Eu mesma tentei várias vezes reencontrar pessoas do meu passado que me adicionaram no famigerado facebook, e mesmo assim... Enfim.
    Boa sorte das próximas vezes!

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  2. Esse tipo de encontro em geral é desencontro mesmo. Fico inclinada a pensar que as pessoas que já foram nossas interlocutoras em algum momento da vida são especiais pois estão na nossa história, constituindo o que nos tornamos. Tendo a pensar isso inclusive quanto aos desafetos, que de alguma forma influenciaram nas escolhas que ainda hoje faço e moldaram em alguma medida o modo como me relaciono com as pessoas hoje.
    Algumas pessoas podem figurar num álbum de fotografias da oitava série e só (daí o cheiro de poeira do facebook e minha apatia por essa rede), outras, pelo contrário, podem render belos encontros de vida.
    Hoje aposto bem menos nesses encontros e me espanto menos também com o sorriso amarelo no metrô ou na fila do banco ("estuprador do parque de diversões" rs), mas não descarto a possibilidade de tomar uma cerveja com minha "ex melhor amiga".

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  3. Vish, rapaz...
    Complicado issaê, hein?!

    Bem, como já postei aqui no blog, fiz caminho vocacional para uma comunidade de vida, a Canção Nova, durante um certo tempo.

    Acabei não indo. Discerni que não era pra mim. Porém a vida em comunidade sempre me agradou.

    Maaaas...

    As coisas... As pessoas mudam!

    Hoje em dia conto nos dedos de uma mão (com sobras) o número de pessoas com quem realmente gosto de estar!

    Muita gente já fez parte de minha vida, bem "proximamente" falando!

    Hoje em dia, não as vejo mais.

    E é bem desse jeito que você colocou! No Facebook ou pessoalmente, muitas vezes parecemos "ilustres desconhecidos"!

    É como eu disse numa conversa, com esses amigos que conto nos dedos: "Eu me acostumei com a falta que as pessoas faziam."

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  4. Tenho problemas com isso. Na verdade, acho tão ruim quando a gente encontra com alguém que era tão próximo e não conseguimos trocar simples palavras. Também já fiquei triste por isso algumas vezes, mas agora já estou mais conformada. É como você falou, só posso controlar as minhas atitudes; adoraria ter uma boa conversa com algumas pessoas que fizeram parte da minha vida, mas se isso não acontecer também, paciência.

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  5. eu acho que as pessoas andam cada vez mais chatas. raro um amigo topar um vinho em uma quarta sem motivo. por isso dou muito valor aos q topam.

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  6. Me tocou bastante esse teu texto, Paulo. Nunca mais encontrei meus amigos da faculdade. Fica só no "vamos marcar?"

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  7. Adoro encontrar, minha esposa é que não curte muito rss...e tb prefiro "dançar conforme a música"....sou péssimo em jogo.

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  8. Texto ótimo, Paulo. isso também em incomoda, todas as situações que você descreveu ali. Mas acho que a Pat disse tudo. Às vezes temos boas recordações com alguém, que não sente o mesmo pela gente. É difícil enfrentar, mas pessoas especiais pra gente algumas vezes sentem por nós apatia ou até raiva, vai saber. Enfim, boa reflexão. Nunca deu certo um encontro entre os blogueiros que querem se conhecer daqui, por exemplo. Até isso me deixa triste. Hehe Beijos

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  9. Eu me esforço para reencontrar os amigos.
    E agradeço por cada um que sai da minha vida de vez.
    Nada pior que relacionamentos mornos.

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