quarta-feira, 9 de maio de 2012

Olhar para mim e não te ver...

Queria voltar no tempo e brincar de esconde-esconde ou cabra-cega. Mas eu cresci. Cresci para aprender a amar. Cresci para te amar e te perder. Antes não tivesse crescido. Ou melhor, antes não tivesse te amado. Porque te amar é perder um pouco de mim, para enriquecer-me de ti. No entanto, nesse domingo ensolarado em que não te tenho mais, como posso enxergar a riqueza de te ter. Em outras palavras, como posso assumir que um dia já fui o homem mais rico do mundo, não pela quantia em reais na minha conta bancária, porém pela pessoa que eu tinha nos meus braços todas as noites: você. Como é doloroso olhar para o quarto, a casa, o meu carro e não te ver. Olhar para mim e não te ver. Dor cega e covarde é a dor de amor, é a dor de não te ter nos momentos que só tua voz era bálsamo para minhas feridas. Pronto, assumo toda minha verdade: não te tenho. Sou mais pobre por isso. E, hoje, queria ser o homem mais rico do mundo. Queria ter a riqueza de sentir novamente seus braços em meu corpo. Sim, como os apaixonados da literatura, eu seria capaz de dar-te a lua para trazer-te de volta a mim. No entanto, a dor da consciência é mais forte. A dor de assumir que foi decisão minha romper nosso relacionamento. Pois bem, mãe-dor, aceito aprender contigo a dura arte da maturidade, no entanto, como um viciado peso: deixa-me amá-lo por mais um dia. Para que possa ficar na memória do meu coração, a doce lembrança da voz dele chamando meu nome e dizendo: “não me deixe, porque eu te amo”.

3 comentários:

  1. Uau! Dor quase tangível. Porque temos que passar por sofrimentos como esse? É realmente preciso sofrer tanto assim pra finalmente crescer?
    Uma vez me parabenizaram pela coragem de me expor inteiro em forma de palavras através dos meus textos. Parabéns pra vc pelo mesmo motivo!

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  2. Obrigado Marlon Vila Nova, pelo carinho, pela torcida, por ter gostado do texto, enfim, pelo seu feedback. Feliz fico em saber que minha escrita toca o outro! Abraços

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  3. Linda declaração, Luiz. Triste, mas bonito. Lindamente triste.

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