sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

What a fuck?

Sentado no bar, com seu amigo, numa noite muito quente do verão carioca, o americano apelidado da forma genérica mais carinhosa: gringo, não imaginaria que ia levar de volta na bagagem a maior pulga atrás da orelha da vida.

Depois da oitava cerveja, das quais julgava muito fracas, ele vê entrar no bar a morena mais atraente das terras tupiniquins. Não era carioca, mas tinha o bronze na pele; cabelos negros brilhosos e sorriso estampado na cara esbanjando espontaneidade e atitude. O gringo ficou louco.

Sem pestanejar - afinal estava no Brasil, a terra onde “tudo é permitido” - afastou um pouco a sua cadeira de modo a ficar quase de frente com a morena e com a amiga que a acompanhava.

Sabendo da receptividade do povo Brasuca, foi logo mandando um – OI, tudo bem! Que resumia todo o seu parco vocabulário da língua portuguesa. A morena e sua amiga, tentando mostrar simpatia, responderam a saudação.

Ele entendeu que ela era solteira e que adorava o verão. Ela entendeu que ele trabalhava na wall street e que já falava mais outras 3 línguas pra pensar em falar português. Ela achou esnobe.

Depois de alguns minutos e muitas tentativas de diálogos, a morena se levanta e vai ao banheiro. O gringo, se sentindo mais em casa o possível, pega o celular dela, digita o número do telefone dele e devolve no mesmo lugar.

Confiante que a noite do verão carioca ia acabar com a companhia da morena na sua cama, o gringo volta pra casa bêbado e frustrado. No dia seguinte, sem conseguir tirar a morena e a ressaca da cabeça, ele manda uma mensagem para o celular dela:

“Hi, it's Ryan from last night, call me = )”

Em alguns minutos a resposta: “Ahan, senta lá Cláudia”

Anos depois, sentado em frente ao computador do trabalho, numa tarde de frio intenso, ele ainda pensava naquelas palavras.

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