domingo, 24 de julho de 2011

Mudanças Expressas

Há muitos anos eu li que a vida tem o péssimo hábito de nos surpreender. E é um hábito do qual ela não parece ser capaz de se desfazer, devo dizer. Digo isso porque essa frase não é recente na minha vida e ela sempre fez sentido.

Um dos nossos problemas é o de querer ter controle. Modificar as coisas para que se encaixem no que desejamos. Não funciona assim e eu percebi isso pelo comentário de uma mulher que não tinha tido nenhum contato com psicologia até que resolveu fazer terapia, tempos atrás. Na época eu já estava na faculdade há dois anos, mas nunca havia parado muito pra pensar no que se realiza numa sessão de atendimento. "Estou fazendo terapia porque não dá pra mudar os outros". Isso foi de uma simplicidade tão complexa que parei pra pensar. As surpresas vêm de onde menos esperamos, mas elas vêm. Eis aí outra certeza.

Quem me conhece sabe que uma idiossincrasia minha é a do meu relógio que funciona pela metade. O mostrador digital nunca me deixou na mão, mas os ponteiros costumam ficar parados e andam só quando estou, sei lá, perto de uma área com intensa atividade eletromagnética. Ou onde será a próxima janela da ilha de Lost. Enfim. Na sexta-feira eu fui a uma relojoaria perto do trabalho e resolvi trocar a bateria dele. Achei que aquele seria um dia de grandes acontecimentos e quis coroar fazendo meu relógio funcionar como um relógio. E qual não foi minha surpresa quando percebi, na mesma noite, que os ponteiros estavam parados de novo?

É. Só podemos aceitar a mudança mesmo. E/ou mudar nosso pensamento sobre ela.

2 comentários:

  1. "Estou sempre pensando em aparar o cabelo de alguém/ e sempre tentando mudar a direção do trem"

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  2. Talvez o problema não seja o relógio ou os ponteiro, mas o que você faz com seu tempo. E esse negócio de fazer terapia por que não dá para mudar os outros é ótimo. Preciso aprender a seguir isso na vida, pois em termos de tolerância ando muito mal.

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