sábado, 30 de abril de 2011

Um poema triste


Quis escrever um poema
Fiz das minhas lágrimas, palavras
Molhei o papel de tristeza
E de suas linhas tão certas
Fiz riscos perdidos e úmidos
Numa brancura tão opaca
Quanto meus olhos tristonhos
Quis escrever um poema
Mas chorei muitas palavras
Para poucas linhas
Linhas incertas
De um papel impróprio
Para um poema triste...

Lai Paiva

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Noiva em Fuga


Finalmente. Graças ao bom Deus chegou a bendita sexta-feira e o casamento dosinfernos aconteceu. Qual casamento? Adivinha? Ganha um picolé quem acertar. O quê? Hã? Se sou contra casamentos? De jeito nenhum, absolutamente, sou a favor. E ainda faço votos, figuinha, torço, para que sejam bem felizes até que o bicho de preto com foice venha e mate-os.

Entretanto, porém, contudo quando mais nova, tinha verdadeiro pavor da palavra casamento. Detestava quando meus tios/tias passavam a mão na cabeça, dando dois tapinhas, dizendo que estava a crescer rápido e logo chegaria a idade de casar. Muito brava respondia na hora, que eu não me casaria, jamais, never, nunquinha.

Pudera, essa resistência para não dizer raiva misturada com odio vinha da má referência,família. E não poderia ser diferente essa má impressão, pois casamento pra mim era prisão, cadeia, sofrimento.O casamento dos meus pais durou exatos 14 anos. E sinceramente, eu fui a primeira a dar graças com o fim. Não elencarei motivos, por julgar desnecessário.

Por fim cresci, namorei alguém avesso a má impressão de casamento.Ele tinha o sonho de casar como manda o figurino. Era acostumada a ver mulheres loucas por isto, agora homem, era novidade, até engraçado. Embora existisse a resistência e asco, aos poucos fui vencida pela vontade dele. Repensei, analisei, pensei de novo e por fim decidi que o amor era tanto que não ligaria se tivesse a tal cerimônia, os papeis assinados e aquele negócio de juntos até o homem com foice nos matar.

Para quem mal pensava em casar, acabei seguindo o figurino a risca e fiquei noiva. Passei por todas etapas, uma a uma, de frescuraiadas a que passam todas as noivas. Em (re)pensar festa, vestido e eteceteras. Até o provar vestidos, que sinceramente e desde já admito foi muito legal. Provei enes, ri demais com as melhores amigas em frente ao espelho se este ou aquele era mais bonito. E brincamos muito de fingir o entrar na igreja, a marchinha, além de simular cara de bobos de todos ao ver a noiva.

Toda noiva é A noiva e não tem jeito. Por mais simples que possa ser o vestido, todo mundo fica com cara de bestão ao ver uma noiva. Impressionante. Enfim, provar os vestidos e ser noivinha, foi o máximo, não passou disso. E mais uma vez não elenco motivos do porquê não aconteceu o casamento por julgar bem pessoal e desnecessário, embora não seja segredo.

Talvez, porque ultimamente ando me isentando de escrever e rememorar fatos intensamente tristes. E creio que seja mérito do exercício (recente) realizado na aula de Oficina. Do qual nos forçou a levantar e relembrar fatos de toda vida, de cinco em cinco anos. Foi intenso e prazeroso fazê-lo, porque embora tenha recordado coisas tristes, bem tristes, muito tristes, notei mais coisas boas, bem boas, muito boas e superação a rememorar. E tenho valorizado bem mais estes momentos que continuarão a se superar, de cinco em cinco anos.

Daí relembrar agora que tenho vários motivos para detestar casamentos. E nenhum problema se detestasse porque seria lícito, legítimo, permitido, mediante todo acontecido. No entanto, eu adoro. Mas verdade seja dita eu aprendi a gostar de casamentos. Até mesmo pela frequência de todos os anos aparecer convites, além da fama de casamenteira.

É pasme!
Nem o santinho lá das noivas apadrinhou tanto casamento. Até o momento minha marca é de sete. Exatos sete casamentos apadrinhados. Sendo cinco convite antecipado, seguido de intimação, do tipo: você está sendo intimada mesmo e não convidada, se não for minha madrinha, não caso. Outros dois foram de sopetão, tipo: ai meu deus, o par morreu, teve dor de barriga, passou mal, terminou o namoro e agora quem será par com este, quem, quem, quem? Adivinha? Pois bem lá vamos, sentir aquele friozinho na barriga, toda trabalhada na elegância, de chapinha, maquilada, com vestido longo, normalmente em tons de azul ou mega chamativo, e ser A madrinha. E upi! Adoro.com.br. Com toda pompa possível,adoro.

Fala a verdade e quem não gosta? Quem não gosta de comer bem casados, ouvir os convidados falando mal do buffet, dos comes e bebes, comer brigadeiros, bolos, vários bolos. Porque é um bolo para tirar retrato e outro para o povo encher a pança. Mas claro, se você for bem amiga da noiva, comerá do bolo para retratos, se não esqueça. E ver aquele auê, fuzuê mesmo, na hora de jogar boquê pro alto e pá!!! as mocinhas/tiazinhas se jogando para catá-lo, caindo pros lados e aquela baixaria toda. Enfim enes coisas bacanas, adoro a cerimônia, adoro a festa.

Mas pra fulaninha aqui, bem simples tá. Não obrigada, dispenso a pompa de Kate e William ou dos casamentos vários. Se fosse para escolher, seria bem simples. Algo no parque, dia de sol lindo, cabelo solto, tipo Noiva em Fuga; ou na montanha com vestido simples, cabelo solto e mar de fundo (mas sem espadas, sem tanta gente) O Rei Arthur; ou do meu jeito mesmo, numa praia, dia de sol, com vestido bem simples, uma rosa vermelha (hype como diz a miguxa Samy) com direito a melhores e queridos e lindos amigos. Ah, a lua neste caso, tem que ser bacana.Afinal não terá festa, talvez um churras quando voltar da lua, para o povo comer gente. E ponto final.

*
Antes que eu esqueça, Kate e William sejam bem felizes! Seus lindos! :)))
Agora parem de emputecer , não aguento mais, chega de Kate, de Willian e a pequepé toda! (afê!)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sobre liberdade, maquiagem e preocupações

Lembro-me bem que já falei aqui sobre Liberdade (no texto do ridículo – link). Mas recentemente minha mamãe (beijo, mãe!) me mandou por skype uma frase que, mais uma vez, me fez refletir – eita reflexão que rende texto!

A frase era tal:

Liberdade: Dormir com o cabelo molhado; vestir a primeira roupa que encontrar; dormir sem despertador; andar mal vestida; não usar maquiagem; sair sem saber pra onde vai; gastar o último resto de salário em comida que te deu vontade; dar-se o direito de ir ás compras; tirar o sapato depois de um dia cansativo; dormir com maquiagem. Livrar-se de tudo aquilo que é pequeno, mas que amarra os nossos dias.

Sou excessivamente vaidosa. Vaidosa demais. Sempre fui. Talvez tenha começado com minha mãe que combinava meu lacinho de cabelo com o vestido, com o sapato, com a calcinha (é...), e eu achei que tinha que dar continuidade forever a isso. Enfim, acho que está todo mundo reparando em mim a todo o momento.

Aí, com essa frase, descobri como eu me preocupo! E como isso me limita, me prende a rituais tão difíceis criados, obvio, por moi! Seria tão mais fácil jogar pra lá o meu blush, a minha base mineral, meu primer redutor de poros dilatados e, claro, minha máscara para cílios. Jogar também pra bem longe o secador de cabelo, as mil e oitocentas roupas que transbordam do armário, e os sapatos idem. Pra que, né, eu ficar lotando minha vida de pequenas preocupações que só me deixam... é... preocupada!

Não me considero fútil, mas, ó, gosto muito de me sentir bonita no espelho. Coisa, assim, de valorizar a auto-estima. Mas acontece que percebi que essas pequenas coisas me deixavam desassossegada. “Não saio de casa sem corretivo”, ou “Minha pele fica uó depois da natação” ou então “Meus cílios desaparecem sem um bom rímel”.

Eu criei tudo isso. Aposto e ganho que ninguém fica reparando se eu usei rímel ou não em um dia tal, ou se troquei o blush pêssego pelo rosinha. Sério, é coisa boba demais. E eu sei disso. Difícil é realmente fazer uma trouxinha dessas coisas e distribuir por aí como se eu não precisasse de nada. Eu preciso. Mas preciso porque quero precisar.

Como tudo para mim é aos poucos (eu comi goiaba esses dias! – e continuo não gostando), vou mudando isso. Tentando, porque é difícil ter a auto-estima no dedão do pé e mesmo assim olhar pro espelho e pensar, ‘ok, até que to bonitinha sem lápis de olho’.

Mas é uma coisa a se refletir. E ir deixando (adoro quando posso usar gerúndio sem ficar bobo) aos poucos essas pequenas preocupações que incomodam e a gente nem percebe.

Deixe de lado seu celular por um tempo. Esqueça que você precisa de protetor solar. Não olhe para sua agenda a todo o momento. Não dê F5 do twitter. Deixe para lá o pente depois de acordar. Vá de chinelo no supermercado. Não tire poeira na estante por um mês (limitei o tempo pois tenho rinite e posso morrer com poeira). Não passe mais roupa. Não meça seus atos e palavras se preocupando com o que os outros vão pensar de você. Pode, eu deixo, vai, durma sem tirar a maquiagem.













Mais leve.


twitter: @tabataaa

terça-feira, 26 de abril de 2011

Créditos da Páscoa

Hershey's meio amargo
Lacta amargo
Milka avelan
Crunch
Amandita
Alpino ao leite (acabo com esse hj)

>> desculpa o post reduzido. esses queridos acima andaram ocupando muito o meu tempo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Inverno da alma

Quanto leva um cadáver até gelar?...

(a criança maior empurrava a menor no balanço do parque, riam)

...lembro do caiçara furado de tiros no chão, aquela noite. Meia hora depois veio a ambulância preta da prefeitura, carregaram-no, ainda estava mole. Mais que 30 minutos, portanto. Mas não muito mais: lembro do corpo de meu tio, já mumificado quando finalmente foi removido, é que na periferia o IML leva muitas horas para chegar.

(balançavam agora mais forte. Gargalhavam. O pai gritando “cuidado”, mas os olhos no jornal).

Leva menos que um dia.

Imagine então um morto largado sobre a terra por anos – decerto estará petrificado. Assim estou. Gelado. Dê-me um bilhete da loteria premiado ou uma sentença de execução a pedradas, meu coração reagirá igual. Está morto.

(agora corriam pelas árvores. Entraram na casinha de madeira, pintura desgastada. O pai ao celular).

Como se vingar da assassina de minha alma? Como retribuir a ela, feliz e ingrata, toda a dor que agonizei até ser enfim cadáver ambulante? Qual o troco da rejeição? Matá-la? Besteira. A morte liberta. “A melhor coisa da sua vida ainda vai acontecer”, dizem.

(Ele saca da jaqueta folgada um taco de baseball cromado, o olhar inexpressivo. Neste momento, o pai abaixa o jornal, procura com os olhos, não encontra as crianças).

Aliviar o peso da vida é um favor. Concedo-o a seus entes queridos, fora da caridade não há salvação. Mas a ela não, não devo favores. Viverá. Moribunda, abandonada. Sem crianças, sem marido. Oca.

(a criança menor, afoita, espicha a delicada cabecinha para fora da janela rústica, sorrindo matreira. Ele agarra firme o bastão, com as duas mãos).

Para tomar a água, é preciso quebrar o côco.

sábado, 23 de abril de 2011

24 de fevereiro


Eu quis um gato.
Como sou uma garotinha mimada, coloquei na minha cabeça que teria um gato e fui atrás de um.
Procurei com o marido a tarde toda de domingo pelo nosso novo amiguinho. Foi uma grande frustração não encontrá-lo.
Na segunda feira uma amiga "gateira" me deu o endereço de uma amiga de uma amiga de uma amiga que tinha uma vizinha que conhecia uma gatinha que tinha filhotes para doar.
O endereço era impossível de achar, no extremo norte da zona norte de São Paulo, um lugar mais feio que briga de foice no escuro, mas fomos lá.
Chegando no lugar conheci a dona dos gatinhos. Uma boliviana de uns 8 anos, cabelos escuros, compridos e lisos, que me deu um banho de água fria:
- Só te dou se for dois.
Ferrou. Como assim, dois? Tive vontade de chorar. Eu queria tanto um... mas só um...
Lembrei da Monica e do Chandler quando tiveram gêmeos. E pensei o mesmo. Vou pegar um e sair correndo. Só encomendei um. Quando a bolivianinha chegou com os dois filhotinhos cheirando leite foi impossível escolher um, separar os dois. Como a Monica e o Chandler.
Isso já faz quase uma semana, amanhã esses fofuchos fazem 2 meses e eles ainda não têm nome.
Ainda não consegui escolher um nome para os dois. O loirinho é um magrelo sem pêlo possuído, pensei em Satanás, Drago, Dragon, Jack, Brad, Costelinha, Nino, Manolo, Sol, Charlie... A cinzinha tem um pêlo de ursinho e uma carinha de coruja, é super tranquila e meiga, pensei em Lua, Jolie, Edwiges, Meg, Nina, Manolita, Manu, Amelie... Estou tão indecisa!
Alguma boa alma pode ajudar essa feliz mãe de primeira viagem a dar um nome digno à esses pobres gatinhos?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

No meio do caminho tinha uma vaca.

O tema que eu escolhi hoje parece meio incomum, mas é algo sobre o que eu venho pensando ultimamente. Primeiro, explicarei de onde veio a ideia, depois divagarei sobre isso. Devo dizer que os bovinos fazem parte do meu cotidiano - ainda que eu não more numa área rural nem tenha sítio da família. Mas eles, os bois e vacas, estão lá, num pasto imenso, ao lado da rodovia, todos os dias, e, quando vou pra universidade, eu sempre os vejo, ruminando tranquilamente, e me observando com olhos intensos e ao mesmo tempo plácidos.

Imagem escolhida pela minha colega Jacqueline, que, segundo ela mesma, possui um penteado semelhante ao desse bovino.

Acho curioso notar o modo como os bovinos de portam. Há neles uma graça e sutileza muito grandes, que me comovem - sempre quero acariciá-los quando estou passando e vejo, a menos de três metros de mim, uma vaca comendo e vagando o olhar pelo horizonte. Aí me pergunto: será que ela vê a mesma coisa que eu? Fico pensando nisso, às vezes. Fico pensando se ela, se fosse racional (e talvez seja!), acha incômodo passar o dia todo ali, naquele pasto, vendo as mesmas imagens, numa sucessão inerte de estudantes, carros e calor. Sim, os bovinos ficam no calor, movimentando-se serenamente, como se ignorassem o horrível calor que faz nessa cidade onde moro. Aí, penso outra coisa: como manter essa serenidade diante de tamanha adversidade?

Observar o comportamento bovino me faz reavaliar a minha vida. Estivesse eu tão brando em relação aos problemas, decerto seria mais feliz, pois - como o boi à beira da estrada, que observa tão perto o mormaço -, apenas me focaria naquilo que me faz bem. Penso também que, fosse eu assim, seria alienado. O boi, complacente, me observa tolerante, mas será que se pergunta quanto mal eu lhe posso fazer? Será que se pergunta o porquê de, todos os dias, estar, às oito horas da manhã, próximo à rodovia, e, às cinco da tarde, próximo aos eucaliptos, na entrada da universidade? Tudo me parece muito condicionado, pouco produtivo, pouco questionador. Aí me lembro que estou abordando a vida bovina e me lembro que não preciso ser tão crítico.

Enquanto escrevia isso, pensei num outro fator: o preconceito. Aqui cabe apresentar o paradoxo das consequência de ser ou não ser um bovino. Quem tem vinte cães em sua propriedade, nomeia-os todos, tendo às vezes dificuldades em se lembrar de seus nomes. Quem, no entanto, possui gado, simplesmente deixa os animais, sem criar grandes vínculos, sem se dar o trabalho de dar-lhes nomes. Eu honestamente acho isso um absurdo, pois tenho tanta vontade de abraçar um cão como tenho vontade de abraçar a uma vaca; logo não vejo porque diferi-los assim, nomeando a um e não ao outro.

Enfim, vou encerrar esse texto, não há mais o que dizer. Só quero dizer que defendo os bovinos, porque eu os acho simpáticos, principalmente quando eles me encaram, como se quisessem que eu me aproximasse, como se quisessem saber mais sobre mim, como se, a eles, a minha vida importasse e eu não fosse só mais um dos muitos que caminham por ali todos os dias. E também quero dizer que defendo os outros animais, defendo todos aqueles que me causam vontade de abraçar (como ursos, leões-marinhos e girafas) e aqueles que eu não abraçaria, mas que sou capaz de reconhecer sua importância no ecossistema. No entanto, quero expressar a minha insatisfação em relação às pombas, nome genérico que, com exceção do tucano e da borboleta, atribuo a todos os animais que voam.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Comemoro

Ainda chega o dia
Da queda dos banquistas
Da sorte dos artistas
Do respeito aos nortistas
Da folga da formiga
Do ócio anarquista
E vai ser dia de tanta folia, de festejar tanta alegria 
que invadido de preguiça, só vou ter força é pra arrancar tua calcinha,
neguinha

domingo, 17 de abril de 2011

Minha virada

Ingredientes:

- Arroz branco
- Feijão duro
- Alface
- Nuggets
- Suco de maracujá
- Amor a gosto

Modo de fazer:

- Fazer de cada livro lido e filme visto uma boa conversa, de cada acordar uma risada gostosa, de cada briga uma vontade maior de fazer as pazes, de cada escândalo público a capacidade de rir de nós mesmos, de cada sentimento novo (bom ou ruim) uma chance de autoconhecimento, de cada dia vivido a dois uma eterna declaração de amor, de dois dias de saudade o alívio de saber que a saudade vai acabar e de cada olhar a vontade contínua de me perder nesse mar que são seus olhos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Aquecedor

Vai chegando o inverno e volto a sentir aquela carência...

De alguém que finja que escute meus desabafos;
Que me faça rir de piadas nem tão engraçadas;
Que apesar de tudo, me ache charmosa;
Que me empreste livros, indique novas bandas legais, assista a filmes antigos comigo;
Que faça o plano de fidelidade do meu celular ter alguma utilidade;
Que me dê presentes e me faça sofrer procurando algo criativo para dar;
Que sirva de incentivo para eu não descuidar das unhas nem da depilação;
Que me surpreenda com obviedades que eu já tinha esquecido;
Que conserte a antena da TV, configure o roteador e me ajude a carregar as compras;
Que me faça mentir que não tenho ciúmes ou que não quis provocar os dele;

... Enfim, de alguém que sirva de cobertor de orelha até o verão chegar, o romance acabar e eu poder retribuir fazendo a orelha dele esquentar também: de tanto falar mal.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

lugares que dão tontura

praias
hospitais
a internet
bibliotecas
feiras de rua
hipermercados
festas de aniversário
datas comemorativas
lojas de departamento
quarto da pessoa amada
todas as avenidas do mundo

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Simples

Volto depois de um tempo mergulhada na contabilidade, decifrando números, debitando e creditando o real. Tão real que aos poucos se torna aquilo que não é, crescendo, enlouquecendo e ganhando dinheiro, uma consequência agradável, embora cruel. Eisenbahn Pilsen Orgânica é um alento para minha taça, para minha literatura ou anotações, para meu cansaço em forma de pijama que acalma a dor.

Como sou curandeira de mim mesma, acho digno me jogar e me salvar quando o processo pedir. E ele sempre pede, pois sempre precisarei sufocar contabilmente, talvez para o resto dos dias. Mas quando o processo exigir ação na vida, coração, cervejas caras e vinho pingando no corpo, pelos meios, não vou hesitar. Vou intervir, provocar o acaso e o amor pelo sabor das letras e números em sussuros no pescoço de algum gentleman. Vou ser assim, hábil e linda, sem título profissional. Gozar, gostar & relatar. Mesmo que ainda me pergunte quem ele é de verdade, quem sou. Dou meu braço inteiro e algumas partes dignas de fricção, pela mensuração do incendiário compasso de curvas, no lucro da exaustão, no segredo do corpão;
                                                                                             Filomena.




                                                                                

sábado, 9 de abril de 2011

quando um não quer

dois não brigam.

As três fases para minhas amizades (ou inimizades)


Percebi um padrão de comportamento meu quando o assunto é relacionamento interpessoal. E não só para quem acabei de conhecer, mas para quem já conheço a longa data. È assim, se já conversei com você mais de 5 minutos, então você está em uma dessas fases pra mim:


1ª "Você é demais! Vamos passar mais tempo juntos!"

Vou te conhecer, mas como não sei como você é, vou ser bem legal e superficial, não vou arriscar de falar algo que te ofenda, ou que você não concorde. Você também vai tentar ser legal. Eu vou achar que acabei de conhecer alguém muito interessante e agradável, vou falar e pensar muito bem de você.

2ª "Me enganei, você não era tudo aquilo. Preciso me afastar de você."

Com um pouco de tempo começo a ver seus defeitos, e mostrar os meus. Vou ver que você não era super especial e vou ficar frustada, achar você um chato, intrometido e preguiçoso. Vou te tratar pior e me distanciar um pouco.

3ª "A Realidade"
Agora te conheço, mas começo a equilibrar o que achei que você fosse com o que percebi que você não é. Como já estava achando você uma grande porcaria, qualquer gesto de gentileza, atenção ou afeição me surpreendem. Agora começo a conhecê-lo realmente , sem um montão de julgamentos bons ou ruins fervilhando na minha cabeça. Agora sim, podemos enfim nos divertir.

Sou louca?



terça-feira, 5 de abril de 2011

(você é a notícia que eu quero todos os dias)

Sua mania de chutar as tampinhas de refrigerante nas ruas.
O suco de laranja mais gostooooooooooooooooooso do universo (laranjas comuns, mas feito por você fica com um sabor todo especial).
A cara de cachorro perdido na mudança quando você quer (a minha) atenção.
Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au Au
- Por favor, um misto quente, um expresso, uma água com gás e o jornal do dia.

domingo, 3 de abril de 2011

sábado, 2 de abril de 2011

Os bairros cariocas e suas respectivas ocupações, profissões e cores


Outro dia eu fui ao centro da cidade do Rio de Janeiro e vi um homem bem vestido, de terno e gravata, comendo um salgado numa lanchonete. A primeira coisa que me veio à cabeça foi que o cara era advogado.Isso me fez pensar também que quando eu lembro do centro do Rio, a primeira ocupação ou profissão que me vem à mente é advogado.

Partindo desse mesmo princípio, fiz uma lista para outros bairros cariocas. A lista inclui até três ocupações ou profissões que me vem à mente quando penso nesses bairros. Coloquei também a cor que cada um dos bairros me lembra. Em alguns casos, confesso, pode ser que tenha uma certa influência do jogo Banco Imobiliário.

Leblon: Artistas globais / passeadores de cachorro / intelectuais . Cor: verde.

Ipanema: Dentistas / banhistas / lojistas. Cor: azul.

Jardim Botânico: botânicos. Cor: verde

Copacabana: Prostitutas / ex-jogadoras de bingo (o bingo foi proibido na cidade) / turistas ignorantes. Cor: laranja.

Botafogo: músicos / produtores culturais / indies. Cor: Cinza.

Humaitá: humoristas (por causa do Marcelo Adnet) / lojistas de Pet Shop (tem 15 Pet shops por quarteirão no bairro). Cor: cinza.

Barra da Tijuca: jogadores de futebol / peruas / professores de academia de ginástica. Cor: azul.

São Conrado: surfistas muito corajosos (a praia está sempre poluída) / hoteleiros / passageiros de ultra-leve. Cor: amarelo.

Flamengo: peladeiros do aterro. Cor: vermelho.

Centro do Rio: advogados / flanelinhas / moradores de rua. Cor: Preto.

Gávea: atores de teatro / motoristas desgovernados de kombis piratas / estudantes (Puc, Escola Americana, Escola Park, Teresiano, etc). Cor: não sei.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

It's friday!

Sabendo que não ia ter tempo de postar hoje, Lucas Guedes escreveu e programou um post para o dia 1, como é de costume. Entretanto, por um motivo que não sabe qual (ou talvez saiba) o post não foi ao ar. Pior, ele não acha o texto de forma alguma. Surpreso ao entrar no Blog e ver que seu texto não estava lá, tentou reescrever, mas não obteve sucesso. Ele lembra apenas que o texto falava das mudanças drásticas que sempre acontecem nesta época do ano. E este abril de 2011 não será diferente. Ele perdeu o post, mas para não perder a viagem, deixa aqui um video para celebrar esta sexta-feira. Ele sabe que o clipe é péssimo, a voz é péssima, a música é horrível, a letra é paupérrima. Mas Lucas gosta disso e não se importa com a falta de qualidade de algumas produções pois se tudo fosse perfeito, o mundo seria muito chato.

Lucas é legal e fez questão de traduzir o trecho mais bacana da canção:

“O-ontem foi quinta, quinta. Hoje-je é sexta, sexta. Nós-nós-nós estamos tão felizes, estamos tão felizes, que hoje vamos nos divertir pra caramba. Amanhã é sábado e depois vem o domingo. Eu não quero que este fim de semana acabeeee”



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