quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

do caderno das memórias inventadas.

ela acordou desejando de um jeito mais forte hoje.
queria a felicidade e pronto.
pôs-se a pensar nos acontecimentos da vida. mas suas memórias eram as mesmas de sempre, as memórias da menina melancólica. usou música prá retomá-las. nada. usou cores. não. pelo querer demais começou a imaginar desfechos diferentes, curvas prá lá, curvas prá cá... e foi ficando bom assim. mas como fazer prá gravar essas memórias inventadas bem gravadas, bem fincadas, lá no fundo? isso não dava, mas ela fez que sim. e comprou um caderno. todo dia de manhã iria escrever ali uma memória inventada do jeitinho dela. quer dizer, do jeitinho que não era dela. prá ser mais feliz. e ficou feliz assim. hoje.
ah! começou com um balão e uma lebre.

5 comentários:

  1. Atualmente, eu confundo de fato o que é memória e o que é invenção, porque a gente cresce e distorce, põe poesia no que era tão somente a vida.

    Edu

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  2. Que lindo, Paulete. E que comentário lindo do Edu.

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  3. então, eu queria dizer que eu carrego comigo uma memória que nem sabe o que é. todos na casa da minha tia, olhando pro céu. meus pais acham que era virada do ano, fogos e tal, mas pra mim não, era o cometa halley e pronto.
    eu vi o cometa halley!

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  4. e memórias inventadas é um bom nome, hein?

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