quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Foi a primeira (5º) vez que Zé pôde tolerar

Ninguém tem que se foder. Ô desejo nojento esse de se ter. Uns três meses atrás estava eu e Juca conversando quando Zé chegou. Bêbado, sujo, barbudo e chorando. Zé é mais velho que eu, amigo de infância do Juca. Juca acalmou o Zé.
Zé contou que seria a última vez que veriamos ele naquele estado, dia seguinte estaria internado.
Basta, ele disse. O quinto basta, segundo Juca. Vai na fé Zé, dissemos, e Zé se foi. De moleque nunca entendi o porque de querer que o outro se fodesse.
Hoje entendo, que pena. Coisa fácil é alimentar raiva, preguiça, é perder paciência e julgar de prima.
Na ida pro curso vi o Zé sentado na calçada da padaria.
Bêbado, sujo e barbudo. Não chorava. Já é alguma coisa, ou não.
Zé deve inventar novos prazeres. Invente, Zé. Dê um basta. O sexto basta.
Ninguém tem que se foder, Zé.

14 comentários:

  1. Acho que sou ruim. Não o Zé, mas acho que alguns tem q se foder sim.

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  2. Sempre acredito nas pessoas, acho que o Zé pode mudar, assim como qq um.

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  3. eu acho que so se fode quem quer.

    nossa vida é reflexo da escolhas que fazemos. é minha máxima.

    vivo me fodendo, mas no fundo sei que a culpa é minha...resumindo, é isso. rs

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  4. p/s: mombojó me cansa. sem mais.

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  5. Acabei de dar um basta. O recado era para o Zé, mas e daí?

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  6. porra, dú.
    vc.faz eu gostar tanto de vc.assim.... rs.
    lindo texto. sensível, sincero e inspirador.

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  7. que texto lindo! tem uma sonoridade e um ritmo gostoso.

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  8. Todo dia, ainda de pé, o Zé dorme acordado.

    Todo carnaval tem seu fim.

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  9. Texto fudêncio! Gostei, Eduardo, gostei. O seu simples é lindo.

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  10. meu Zé interior aflorou, mais fodido q nunca. belo texto!

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  11. "Coisa fácil é alimentar raiva, preguiça..."

    Raiva é difícil a beça mas a preguiça.... facim facim!

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  12. E Edu, vc sempre detonando com esse estilo meio brucutu-afetivas de dizer as coisas mais prosaicas de um jeito único.

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  13. Olha eu não sei se a gente escolhe não, viu. Na real, acho que não escolhe.

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