quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Robertiando


Esses dias minha amiga me chamou pra sair. Era uma sexta e tinha especial do Roberto Carlos na TV. Nem pensar, eu disse. “Não acredito que você vai ficar em casa só pra fazer média com seu namorado”.
Achei graça e conclui que, apesar dos quinze anos de amizade, ela não me conhecia. Eu lá sou de fazer média? E o Roberto, poxa...Por mais que eu tenha relutado, ele sempre fez parte da minha vida. Até mesmo quando eu dizia para minha mãe que ele parecia uma velha descabelada, no fundo, eu gostava.
Claro que minhas primeiras paixões não podiam ter alguma de suas músicas como trilha, afinal, eu gostava de Charlie Brown Júnior, mas as mais importantes com certeza tiveram.
Teve aquele pra quem eu gostava de dizer que o Caetano era melhor, só pra deixá-lo nervoso, e que depois de tantas brigas, idas e vindas, foi embora deixando uma carta triste e “Outra vez” em mp3 no meu desktop.

Não acreditei que eu era o abraço que ele nunca esqueceu, mas me comoveu e eu cheguei a procurá-lo nos pontos de ônibus. Por sorte já era tarde, pois eu já estava com a cabeça em outra música,”Como dois e dois”, cantada com quem eu quis, mas nunca fui dois, pra quem compus minhas primeiras canções, e que por isso achei que pra sempre me lembraria com tristeza quando eu ouvisse “As canções que você fez pra mim”.
Lembro que ano passado eu fiquei triste porque não tinha ninguém na minha vida com quem eu pudesse comentar sobre o show do Caetano com o Roberto, e senti muita falta dessas pessoas que não faziam mais parte de mim.
Achei que seria por muito tempo assim, eu lembrando de coisas e músicas do passado, mas quando eu menos esperava já estava assistindo o especial de fim do ano de mão dada e aprendendo a tocar “O portão” pra ele. Em outras palavras, ou ainda, em filosofia de bar: sempre haverá um alguém, sempre haverá uma música do rei.
E eu sigo correndo demais.

13 comentários:

  1. Ah não! Um texto otimista e fofo de Marcela, só pode ser o apocalipse.

    Adoro a história do mp3 e outros objetos deixados enquanto vc dormia (aliás, vc poderia criar um conto com ela), mas achei essa da nova descoberta em gostos musicais tãããããããooooo bonitinha.

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  2. Caraio Caipirinha ! que bonito hein ! e o Rei é fogo na roupa mesmo, Robertão tá no meu set list futuro do violão.

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  3. "sempre haverá um alguém, sempre haverá uma música do rei"

    .

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  4. amei seu texto. amo roberto carlos.
    por um tempo, as músicas dele só me falavam sobre a relação dos meus pais. eles dividiam esse gosto que passou para mim. conforme o tempo passou, amores vieram, amores foram e eu fiquei, achando as semelhanças entre as letras e minha vida.

    obrigada por esse texto.

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  5. celinha muito legal e meus parabens um pouquinho atrasado bjos fu

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  6. Seu texto é mto bom, e o rei é mesmo incrível. Tive o prazer de ver um show dele esses dias,e foi uma das melhores coisas que eu fiz na minha vida. "sempre haverá alguém, sempre haverá uma música do rei"...

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  7. Sou fan do Roebrto e de vc...Isso é indiscutível...
    Ai "Você", "Outra vez", "Cavalgada", "Os Seus Botões", "proposta", "Amor Perfeito"...Ai.."Abra os braços pra me guardar, q eu toda vou me entrehar, começo, meio e fim e a minha cuca ruim..." Essa é do Ronny Von, mas cantada pelo Rei é tudo...Ai meus 15 anos...

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  8. Ouvi outro dia a melhor definição sobre gostar de Roberto Carlos: "RC é como bacalhau e doce de fruta cristalizada. A gente só passa a gostar conforme a idade". O Rei tb está na minha vida!

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  9. Eu ainda não tenho idade suficiente p/ gostar dele...

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  10. Robertão é o cara... é um incompreendido pelos jovens... talvez pelo mullet que ele sustenta há 312 anos....

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  11. Eu gosto da Bethania cantando o Roberto. Mas gosto muito do Roberto cantando (atualmente) o Roberto, desde que ele não mude as letras das canções. E eu também gosto das músicas do Roberto que não falam de amor.

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